domingo, 22 de abril de 2012

My Big Fat Gipsy Wedding

Hoje fui com uma amiga minha a uma "exposição" de casamentos. Acabou por ser divertido, ainda me ri e havia algumas coisas interessantes, mas...

Mas pergunto-me faz sentido gastar 10/20 mil euros (como é aqui em Inglaterra, em Portugal confesso que não sei preços) numa festa quando se está a começar uma vida, quando se procura um sítio para viver, para não falar de toda a tralha que se tem de comprar, como móveis, electrodomésticos, sei lá..

Não seria o casamento algo muito mais marcante se fosse celebrado com poucas pessoas, aquelas que importam mesmo, se fosse uma coisa que tivesse o toque pessoal de cada um, se fosse um dia que se pudesse desfrutar ao máximo.

Para não falar dos presentes ridículos de centenas de euros. Ninguém tem culpa que uma pessoa se decida casar...

Nos dias que correm acho absolutamente escandaloso o que se gasta em casamentos.



Quando me casar, quero algo bastante personalizado, íntimo e barato.

Dunkan Diet... NOT

Há uns meses atrás escrevi aqui que tinha começado a fazer a dieta Dunkan... 

Pois bem, emagreci, é certo. Mas também levei um susto quando depois de umas análises, me pediram para repetir as análises porque havia algo de errado com o meu fígado. A enfermeira básicamente chamou-me alcoolatra... Claro, quero esclarecer aqui que a dieta é baseada em proteínas... e o criador da dieta diz para se comer aveia todos os dias para evitar problemas com o fígado. E eu segui à risca essa parte da dieta.

Eu fiz as análises aí duas semanas depois de ter parado com a dieta, que embora me fizesse emagrecer, deixava-me também com o pior mau feitio de sempre. Para quem me conhece, sabe que o meu feitio pode ser muito "especial", agora imaginem esse feitio durante semanas seguidas... 
Quando fui repetir, não acusou nada, provavelmente os níveis do fígado tinham voltado ao normal. Mas não deixou de ser um susto. 

Por isso o meu conselho, se alguém está a pensar fazer uma dieta dessas... é NÃO! 


sábado, 21 de abril de 2012

"A Historia é uma velhota que se repete sem cessar"

"Os inglezes estão experimentando, no seu atribulado imperio da India, a verdade d'esse humoristico logar-commum do seculo XVIII: «A Historia é uma velhota que se repete sem cessar.» O Fado ou a Providencia, ou a Entidade qualquer que lá de cima dirigiu os episodios da campanha do Afghanistan em 1847, está fazendo simplesmente uma copia servil, revelando assim uma imaginação exhausta. Em 1847 os inglezes, «por uma razão d'Estado, uma necessidade de fronteiras scientificas, a segurança do imperio, uma barreira ao dominio russo da Asia...» e outras coisas vagas que os politicos da India rosnam sombriamente, retorcendo os bigodes—invadem o Afghanistan, e ahi vão aniquilando tribus seculares, desmantelando villas, assolando searas e vinhas: apossam-se, por fim, da santa cidade de Cabul; sacodem do serralho um velho emir apavorado; collocam lá outro de raça mais submissa, que já trazem preparado nas bagagens, com escravas e tapetes; e, logo que os correspondentes dos jornaes têm telegraphado a victoria, o exercito, acampado á beira dos arroios e nos vergeis de Cabul, desaperta o correame e fuma o cachimbo da paz... Assim é exactamente em 1880. No nosso tempo, precisamente como em 1847, chefes energicos, Messias indigenas, vão percorrendo o territorio, e com grandes nomes de Patria e de Religião, prégam a guerra santa: as tribus reunem-se, as familias feudaes correm com os seus troços de cavallaria, principes rivaes juntam-se no odio hereditario contra o estrangeiro, o homem vermelho, e em pouco tempo é todo um rebrilhar de fogos de acampamento nos altos das serranias, dominando os desfiladeiros que são o caminho, a entrada da India... E quando por alli apparecer, emfim, o grosso do exercito inglez, á volta de Cabul, atravancado de artilharia, escoando-se espessamente, por entre as gargantas das serras, no leito secco das torrentes, com as suas longas caravanas de camelos, aquella massa barbara rola-lhe em cima e aniquila-o. Foi assim em 1847, é assim em 1880. Então os restos debandados do exercito refugiam-se n'alguma das cidades da fronteira, que ora é Ghasnat ora Candahar: os afghans correm, põem o cerco, cerco lento, cerco de vagares orientaes: o general sitiado, que n'essas guerras asiaticas póde sempre communicar, telegrapha para o viso-rei da India, reclamando com furor reforços, chá e assucar! (Isto é textual; foi o general Roberts que soltou ha dias este grito de gulodice britannica; o inglez, sem chá, bate-se frouxamente.) Então os correspondentes dos jornaes têm telegraphado a victoria, o exercito, acampado á beira dos arroios e nos vergeis de Cabul, desaperta o correame e fuma o cachimbo da paz... Assim é exactamente em 1880."
Eça de Queirós - Cartas da Inglaterra


 Comecei hoje a ler este livro de Eça de Queirós, e a primeiro página deixou-me logo sem palavras, a história é de facto algo que se repete sem cessar. Eu que adoro história, não podia concordar mais com esta afirmação.